Postado por: OyekuLogbe

IKOMOJADE

O QUE É IKOMOJADE

O dia de dar o nome ao recém nascido.

A criança, desde o útero materno, participa ativamente da Religião.

O oráculo é consultado na gestação para saber quais os ebo necessários a fim de que o bebe faça uma boa escolha de destino, seja saudável e que a mãe tenha um bom parto.

No dia de seu nascimento, a placenta e o cordão umbilical são enterrados em um vaso especial chamado “isasum” (que foi previamente pintado por seu pai ou pelo homem mais velho da família nas cores branca, azul e vermelha, com símbolos de ancestralidade), em um ritual chamado “Iwo”, que significa a devolução à mãe Terra da força vital que o criou, como a busca pela fonte de vida, pela foz de um rio.

E neste local, mais tarde, durante sua vida, “ebo” serão feitos, e dali, daquela terra, sairá um “onde” (amuleto) que o protegerá durante toda a sua existência.

A consulta ao oráculo Ifa será feita pelo Sacerdote até o quarto dia de vida do bebe, e a família será informada sobre qual o antepassado que está de volta, o destino da criança, suas interdições ancestrais e religiosas, a que Orisa pertence sua cabeça e para o qual, no tempo certo, deverá ser iniciada.

Neste dia, pela primeira vez, a Mãe ergue o bebe em suas costas, modo fácil de carregá-lo, que cria um liame de amor e confiança entre mãe e filho e, na prática, libera suas mãos para os deveres do quotidiano.

No sétimo dia para uma menina, no oitavo dia para gêmeos, no nono dia para um menino, um cerimônia chamada “Ikomojade” (dia de dar o nome a um recém nascido) será realizada, reunindo a família e amigos, em uma festa de alegria e felicidade por mais um filho que chega.

Para um yorùbá, importante é ter descendência, é realizar através de filhos e netos, daí as manifestações de satisfação com a chegada de cada novo bebe.

A criança é a primeira a ouvir seu nome completo da boca do Sacerdote ou do mais velho da família.

Os ancestrais são chamados a compartilhar desta hora de congraçamento familiar, e se manifestarão através do “obi” (kola akuminata), fruto de origem africana usada como alimento de deuses e homens e como veículo da adivinhação, um dos ramos do oráculo Ifa.

O ritual do Ìkómojáde era procedido da seguinte forma: a criança era segurada por uma anciã da família, enquanto o babalawô encostava na cabeça do bebê os elementos e na boca os líquidos (os que a criança não pudesse engolir eram dados à sua mãe).

Os ingrediantes eram os seguintes: água (omi), representando a vida; o ataré (pimenta da costa), para purificar o hálito e levar os pedidos mais facilmente ao Orun; a terra (ilê), simbolizando a relação do homem com o solo que o abastece e com o chão de seus antepassados; o ogbi e o orogbô (as duas sementes que simbolizam os laços de amizade e a longevidade, respectivamente); o sal (iyó), que dá sabor à vida; o mel (oyin) ou ireke (cana-de-açúcar), utilizados para atrair coisas agradáveis à sua vida; o azeite de dendê (epô pupá), tem o poder de acalmar as divindades; o ejá (peixe), de nadar nas águas e vencer as correntes e as profundezas.

Depois de utilizados os elementos e recitados os ofós, todo o povo daquela comunidade dançava e cantava em homenagem ao novo membro, louvando aos seus Orixás.

A partir de então, o bebê está inserido no círculo familiar, tem seu lugar na hierarquia tribal

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